História

A História de Aracruz remonta o começo da colonização portuguesa no continente sulamericano.

 

Capitania do Espírito Santo

Capitania do Espírito Santo foi uma das capitanias do Brasil durante o período colonial (1500-1815).

A costa do atual estado do Espírito Santo foi reconhecida por navegadores portugueses já em 1501 e, desde então, foi alvo da ação de contrabandistas de pau-brasil (Caesalpinia echinata). Esse reconhecimento, porem, está longe de obter consenso na historiografia local. O professor Estilaque Ferreira da Silva, tratando dessa questão,[1] se referiu ao “hiato toponímico” como um lapso, não apenas espacial, mas temporal, em que a Capitania não poderia ter tido reconhecimento. A bibliografia que usa como fonte mostra os debates entre a linha que sustenta ter sido o Espirito Santo conhecido antes de Vasco Coutinho, dado o fato de que algum conhecimento de limites topográficos o rei teria que ter sido abastecido para fazer a partilha da coisa entre os particulares. E aqueles que identificam obstáculos físicos à navegação de Porto Seguro até o sul do país, tendo que contornar na altura de Abrolhos a capitânia do Espírito Santo, não margeando, mas afastando para alto mar a esquadra.

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Com o estabelecimento pela Coroa Portuguesa do sistema de capitanias hereditárias para a colonização do Brasil (1534), o seu atual território estava compreendido no lote que se estendia da foz do rio Mucuri à do rio Itapemirim (aproximadamente), doada a Vasco Fernandes Coutinho em 1 de junho de 1534.

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O desembarque, na praia de Piratininga, fez-se penosamente, sob as flechas dos goitacás, havendo necessidade do troar das duas peças de artilharia da embarcação para que os indígenas debandassem, permitindo a posse da terra pelo donatário. Ali mesmo, decidiu-se erguer a povoação que, mais tarde, seria conhecida como Vila Velha, principiando-se as primeiras habitações, uma ermida – sob a invocação de são João, em homenagem ao soberano -, e uma fortificação (o Fortim do Espírito Santo). Os indígenas denominaram esta primitiva vila do Espírito Santo como “Mboab” (ave com os pés emplumados; “pintos calçudos”), palavra em tupi que fazia uma menção aos pés calçados dos portugueses. O termo, aportuguesado para “emboaba”, virou sinônimo pejorativo de forasteiro.

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Por essa época, os colonizadores sentiam-se mais desafogados do gentio. A falta, porém, de colonos para dar desenvolvimento aos trabalhos iniciados obrigou o donatário a ir à Metrópole. Com o retorno de Vasco Fernandes Coutinho a Portugal, entretanto, a situação se inverteu, e, frente aos ataques indígenas, nova vila foi fundada, em setembro de 1551, na fronteira ilha de Santo Antônio, batizada com o nome de Nossa Senhora da Vitória. A primitiva vila do Espírito Santo passaria, daí em diante, a ser conhecida como Vila Velha.

Belchior Azeredo assumiu as funções de capitão-mor de 1561 a 1564, com todos os poderes e jurisdições atribuídas anteriormente a Vasco Fernandes Coutinho. Posteriormente, Azeredo participou da expulsão dos invasores franceses da baía de Guanabara, no comando de uma das naus da esquadra de Cristóvão de Barros, sendo recompensado com a doação de uma vasta sesmaria, onde se fixou com seus familiares.

Ao tempo da primeira das Invasões holandesas do Brasil (1624-1625), quando do ataque neerlandês a Salvador, o donatário do Espírito Santo, Francisco de Aguiar Coutinho, repeliu uma investida de oito navios sob o comando de Piet Heyn, de 10 a 18 de março de 1625, com o apoio de entricheiramentos na vila, artilhados com quatro pedreiros, e dos moradores.[2]

Durante a segunda das invasões holandesas (1630-1654), os neerlandeses atacaram novamente a capitania do Espírito Santo, agora com sete navios, sob o comando do coronel Johann von Koin. Deles, desembarcaram uma força de quatrocentos homens de 27 de outubro a 13 de novembro de 1640, sendo repelidos em Vitória pelas forças do capitão-mor João Dias Guedes, a 28 de outubro.[3] Diante dos ataques, o governo-geral destacou, para Vitória, quarenta infantes da tropa regular. Um último ataque neerlandês à capitania ainda seria registrado, porém, em 1653.

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Com a descoberta de minas de ouro no interior da Capitania do Espírito Santo no início do século XVIII, em 1704, a Coroa Portuguesa determinou que todos os que se encontrassem nas lavras de ouro se recolhessem à vila da Vitória, e que se evitassem, a todo o custo, excursões à região, que foi desmembrada do território capixaba e deu origem às Minas Gerais. Foi proibida ainda a abertura de estradas ligando a Capitania às Minas, pelas mesmas razões de segurança.

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Em 1715, a capitania reverteu à Coroa, por compra aos descendentes de Francisco Gil de Araújo, pelo mesmo valor pago por aquele donatário. A escritura dessa compra foi lavrada em 6 de Abril de 1718.

Com o aumento da produção mineral nas Minas Gerais, aumentou a importância da região do Espírito Santo, elevada à categoria de comarca pela Provisão do Conselho Ultramarino de 15 de Janeiro de 1732.

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A capitania obteve autonomia da Capitania da Bahia em 1809, iniciando-se o plantio de café por volta de 1815.

Com a proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, o seu status foi alterado para província, permanecendo assim até a Proclamação da República Brasileira, em 15 de novembro de 1889, quando se transformou no atual estado do Espírito Santo.

Fonte: Wikipedia (Capitania do Espírito Santo)

 

Aracruz

Localizado no litoral norte capixaba, o município de Aracruz iniciou-se como um aldeamento jesuíta denominado Aldeia Nova, à margem sul do Rio Piraquê-açu junto ao Oceano Atlântico, em 1556. No decorrer de sua formação, o município teve diversos nomes como Santa Cruz, Sauaçu e por fim, Aracruz. A denominação Sauaçu, que em tupi-guarani significa macaco grande, foi dada ao local (hoje cidade de Aracruz) devido a região ser mata fechada e habitada por macacos de grande porte.

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Durante o período colonial e império a região não teve um papel de muita importância tanto na política quanto na econômica do Espírito Santo. Contava com a presença de tribos indígenas tupiniquim e recebeu pouco estímulo ao desenvolvimento, uma vez que a expedição jesuítica, após fundar o local, migrou para Nova Almeida após um ataque de formigas em Santa Cruz.

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Em 1874 Pietro Tabacchi chegou à região de Santa Cruz e fundou com autorização da Coroa Portuguesa a Fazenda Nova Trento. Posteriormente, o mesmo seria o responsável pela vinda de 386 pessoas oriundas do Império Austro-Húngaro (sobretudo da região da Valsugana, no Tirol) e do Reino da Itália (duas famílias do Vêneto), saídas do Porto de Gênova em 3 de janeiro de 1874, e trazendo consigo instrumentos agrícolas.

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Com a Resolução nº 2, em 3 de abril de 1848, foi criado o Município de Santa Cruz (hoje Aracruz), com sede na Vila de Santa Cruz. Mas somente em 1891, a Vila de Santa Cruz foi elevada à categoria de cidade, em base no decreto estadual nº 19.

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A transposição da sede foi aprovada na câmara de vereadores, em 1948, no entanto, houve descontentamento em grande parte da população do distrito Santa Cruz. No dia da mudança, foi chamado reforço policial: temia-se a reação pública.

Fonte: Wikipedia (Aracruz)